O Museu da Terra de Miranda acolhe a Exposição Fotográfica de Manuel Gardete «Eu e o Outro – Máscaras Rituais de Trás-os-Montes e Douro», numa parceria com a Academia Ibérica da Máscara, de 19 outubro a 7 de janeiro. Entrada livre.
“Os caretos e as máscaras, da minha infância e adolescência em Trás-os-Montes, permanecem no meu imaginário e na minha memória.
As máscaras e as mascaradas em Trás-os-Montes, estruturando-se em torno de uma visão dualista do mundo, na luta entre o bem e o mal, na alternância das estações do ano e dos ciclos agrários, na ordem e na desordem social, apresentam-se com uma grande intensidade visual e performativa.
Os caretos, seres mágicos, sagrados e fantásticos encarnam o EU e o OUTRO com diferentes personagens, no diálogo entre o mundo do profano e do sagrado, em rituais diferenciados no tempo, do Ano Novo Celta ao solstício de Inverno, das Festas dos Rapazes aos Reis, do Entrudo à Quarta-Feira de Cinzas. A máscara aparece como ícone identitário em Trás-os-Montes e Douro, incorporando identidades e memórias coletivas, tanto nas festas e rituais no contexto das suas localidades, bem como em encontros com outros grupos.
A exposição apresenta 36 fotografias representativas, mas não exaustivas, captadas entre os anos de 2013 e 2018, das máscaras rituais presentes em quinze localidades de Trás-os-Montes e Douro. Complementarmente à Exposição e no espaço expositivo, apresenta-se o Diaporama Máscaras Rituais Ibéricas com a duração de sete minutos“.
Manuel Justo Gardete
Manuel Justo Gardete é natural de Bissau. Frequentou o ensino primário em Castelãos, Macedo de Cavaleiros, o ensino secundário em Bragança e a Faculdade de Medicina em Lisboa.
Pós-graduado em Antropologia Visual na Universidade Nova de Lisboa. Curso de Realização na Restart e fotografia na Ar.Co – Centro de Arte & Comunicação Visual.
Médico e residente em Setúbal.
As viagens, o mar e o património natural e imaterial têm sido fontes de inspiração e pesquisa; a fotografia e o vídeo a forma de registo, expressão e memória escolhidas. Participou em diversas exposições individuais e coletivas.
Na área do Documentário, com produção de António Tiza e patrocínio da Academia Ibérica da Máscara, realizou os seguintes documentários: Shamhaine – Festa da Cabra e do Canhoto, 2015; Fiesta i Dança de ls Palos an Tierra de Miranda, 2016; O Velho e a Galdrapa – A Festa de Santa Luzia da Silva, 2017; O Entrudo de Santulhão – A Purificação pelo Fogo, 2017; Terras de Miranda – Rituais, Danças e Tradições.
Atualmente desenvolve projetos audiovisuais na área da fotografia, do documentário e do ensaio visual.